
GUARDA NEGRA
ASSOCIAÇÃO CULTURAL DE CAPOEIRA
"VALORIZE A CULTURA NACIONAL PRATIQUE CAPOEIRA"

CAPOEIRA - Um Breve Histórico
Por volta de 1538, chegaram ao Brasil os primeiros negros traficados, para trabalhar como escravos em terras tupiniquins trazendo com eles a cultura Africana, que aqui em nossa terra se difundiu e se misturou à cultura dos brancos portugueses e índios, formando assim diversas manifestações culturais de nacionalidade Brasileira, ajudando o nosso país construir sua própria identidade.

Entre essas diversas manifestações culturais está a capoeira, que durante muitos anos foi sinônimo de delinquência, marginalidade e banditismo, que teve sua redenção na década de trinta e que hoje é praticada pelo mundo.
Quando falamos em origem da Capoeira, muitas são as controvérsias, principalmente devido à carência de referenciais históricos, A discussão é interminável: pesquisadores, sociólogos, folcloristas,
historiadores e capoeiristas procuram saber a origem da Capoeira. O vocábulo capoeira foi registrado pela primeira vez em 1712, por Rafael Bluteau, após isso, entrou no terreno da polêmica e da investigação etimológica. Em 1865, José de Alencar propôs para o vocábulo o tupi caa-apuam-era, traduzido por ilha de mato cortado. Também o Visconde de Beaurepaire Rohan em 1879 havia proposto o tupi co-puera, significando roça velha. Atualmente são quase unânimes os tupinólogos em aceitarem o étimo caá, mato, floresta virgem, mais puêra, que quer dizer o que foi, o que não existe mais, étimo este proposto por Macedo Soares em 1880.
Mas em meio a toda polêmica da origem tupi do vocábulo capoeira, surge o português, significando dentre outras coisas que a capoeira é um cesto para guardar capões (galinhas), Brasil Gerson, o historiador das ruas do Rio de Janeiro, fazendo a História da rua da praia de D. Manoel, informa que lá ficava o nosso grande mercado de aves e que nele nasceu o jogo da capoeira, em virtude das brincadeiras dos escravos que povoavam toda a rua, transportando na cabeça as suas capoeiras cheias de galinhas. Por isso a etimologia hoje mais aceita para o termo capoeira é a que vem de Brasil Gerson, os escravos que traziam capoeiras de galinhas para vender no mercado, enquanto ele não se abria, divertiam-se jogando capoeira. Por uma metonímia o nome passou da coisa para a pessoa com ela relacionada.
O quadro de Johan Moritz Rugendas intitulado “jogar capoeira ou danse de la guerre”, de 1835, é considerado o primeiro registro preciso sobre a luta capoeira. Neste quadro aparecem dois negros se enfrentando ou jogando ao som de um tambor. Esta gravura, que explicitamente se refere à capoeira, parece ser situada no Rio de Janeiro, devido à forma do morro no fundo do quadro (Morro do Castelo). A partir de Rugendas não se pode afirmar com certeza que uma luta / dança / jogo com o nome de capoeira tenha existido nesta época em Pernambuco, na Bahia ou em qualquer outro lugar do Brasil. Pode-se assumir como provável que tenham existido manifestações muito próximas neste período, no Recôncavo Baiano. O que reforça esta tese é que não sabemos da existência, até hoje, de nenhum documento do Brasil Colônia ou Império referindo-se explicitamente à capoeira na Bahia. E não é por falta de procurar. João Reis, reputado especialista da história da Bahia no século XIX e um dos melhores conhecedores dos fundos oitocentistas dos arquivos baianos, garante que nunca viu uma referência à capoeira ou mesmo a outra dança marcial nas suas pesquisas sobre a Bahia do século XIX, a não ser a citada gravura de Rugendas. Por isso, aventura a hipótese heterodoxa de que a capoeira teria sido levada do Rio de Janeiro para Pernambuco e depois Bahia.
De fato, as primeiras referências consistentes provém do início do século XIX, no Rio de Janeiro. E, até prova em contrário, é aqui que começa a história, no sentido de estudo sistemático baseado em fontes, da capoeira.